Se você já tem certa intimidade com as ondas e domina as principais manobras do surf, este post vai te ajudar um pouco mais a escolher a sua próxima prancha de surf. Vou aprofundar alguns conceitos de Shaping mais específicos para Short Boards, as quais, de forma geral, permitem uma performance mais elevada.
A primeira coisa que você já deve ter percebido é que não existe uma prancha “coringa” para todas as condições, e sim uma ideal para determinado mar e surfista. A prancha que funciona em Nazaré com 30 pés, não funciona no meio metro dos nossos beach breaks. Então, tenha claro o que você realmente precisa. Considere as condições que irá surfar e saiba sempre o seu limite. Para os mais fissurados, o recomendado é ter um quiver de 3 pranchas ou mais. As minhas, por exemplo, são:
FLAP Fish 5’4 Swallow – Uso mais nas marolas.
FLAP TW 5’9 Squash – Minha prancha do dia a dia
FLAP TW 5’10 Round – Prancha ideal para mar de 1 metro cavado
FLAP NASA 6’1 Round Pin – Minha gunzeira para mares bem grandes do Brasil (eu peso 62kg).
Assim, a idéia é explicar como explorar suas pranchas em cada condição de mar:
ONDAS GRANDES E CAVADAS
Para surfar bem uma onda tubular, o segredo é abusar dos atributos que deixam sua prancha mais controlável em situações críticas da onda. Assim você garante drive para acelerar e tem menos chance de rodar com o tubo ou perder a onda no bottom turn. Prefira pranchas maiores e com outline mais paralelo, ou seja, uma prancha comprida e estreita. Isso vai garantir que você consiga cravar a borda na parede em altas velocidades. Uma rabeta Round ou Pin ajudam bastante se você quer dropar ondas extremamente cavadas, mas saiba que isso deixará seu equipamento menos manobrável.
O rocker de bico das gunzeiras geralmente é um pouco mais acentuado que as pranchas de manobra. Isso irá garantir um drop mais controlado, diminuindo a chance de vaca. O rocker de rabeta pode ser menos acentuado para também permitir mais projeção na parede. Prefira um Edge Line (quina da borda na altura das quilhas) mais afiado, ele que vai segurar a prancha nas curvas mais fortes. Tenha sempre em mãos um jogo de quilhas grande, ou vá de quadriquilhas.
A respeito dos materiais, uma gunzeira demanda uma laminação mais resistente. Peça para o seu shaper reforçar nos tecidos e talvez até colocar uma faixa de carbono. A prancha ficará um pouco mais pesada, mas é uma garantia de que ela dure mais.
ONDAS INTERMEDIÁRIAS (DIA A DIA)
A prancha de surf do dia a dia é o seu equipamento principal. Estude bem as suas necessidades, pois você irá utilizá-la 80% das vezes. A idéia é fazer uma prancha o mais versátil possível, que funcione no 0,5 ao 1,5 metro. Faça uma prancha menor que a sua gun e compense o volume com um pouco mais de borda e meio. Escolha rabetas mais híbridas como a Squash ou a Round, elas garantem boas manobras e não comprometem o desempenho em sessões mais críticas das ondas.
Mantenha o rocker (bico e rabeta) mais acentuado, isso irá fazer com que a sua prancha fique solta e que você consiga quebrar a linha nas manobras. Porém, não abuse deste conceito, pois quanto mais rocker, menos projeção sua prancha terá.
Para compensar, escolha um fundo que te dê velocidade. Usa-se muito o Single to Double Concave ou o Full Concave nos nossos modelos performance. Eles garantem um fluxo de água mais concentrado no fundo da prancha, tornando-a mais rápida.
Se você é freak das manobras High Performance, você pode optar por um material mais leve como o Epoxi ou o Epoxi sem longarina, mas certifique-se de que as medidas estão adequadas para cada tipo de material (sim, o design deve ter leve alteração dependendo do material).
MAROLEIRAS
Como não se estressar com aquele meio metrinho de verão, gordo e fraco, com 100 pessoas dividindo um pico? O segredo está na escolha do seu equipamento. Para estas ondas, a lógica é clara: a onda é fraca, logo é necessária uma prancha com mais remada, mais manobrável e mais rápida, de forma que qualquer comando que você der, ela vai obedecer.
A regra principal é: escolha pranchas de surf menores que você está acostumado, com mais meio e mais borda (isso apenas para short boards, claro). Modelos como a FISH funcionam muito bem nas marolas, pois tem bastante volume e dificilmente irão passar de uma 6’0.
A escolha da rabeta é fundamental. Rabetas como Swallow ou as “recortadas” com wings garantem uma pranchinha mais solta. Isso significa que você não precisa estar com muita velocidade para mandar uma manobra forte.
Mantenha o rocker (bico e rabeta) pouco acentuado. Pranchas flat costumam andar mais nas ondas e é muito mais fácil de acelerar quando as condições estão fracas. Esse é o segredo para tirar leite de pedra naquele meio metrinho de verão. Opte por um jogo de quilha um pouco menor. Isso irá diminuir o seu arrasto com a água e deixará sua prancha ainda mais solta.
Nunca se esqueça de verificar as condições do mar antes de surfar. Se isso não é possível, ao menos faça uma profunda leitura da previsão. A chance de você se divertir mais é maior se você estiver com o equipamento certo.
Agora que você sabe qual prancha é melhor para você, se liga nos nossos principais modelos
AQUI.
Boas ondas,
Equipe FLAP.
